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Infância

 Infância, palavra originada do latim infantia, refere-se ao ser incapaz de falar.

É o período de crescimento e desenvolvimento que tem início no nascimento até a puberdade.

 Dos 0 aos 18!

 Se você tem 17 anos é uma criança e eu com 42 também sou, porque aprendi com as dores desse mundo cheio de farpas a não deixar a criança que fui, adormecer dentro de mim, pois é ela que mantém meus sonhos vivos e minha capacidade de ir além, cada vez mais!

Levei um bom tempo até compreender o que eu fui, onde estava a criança que um dia quis crescer e o que ela fez e ainda faz por mim.

Eu era uma criança tímida, de poucos amigos, sentia-me inferior a todos ao meu redor e carrego marcas disso até hoje. O que atualmente é bullying, na minha infância era zoeira e não era combatido da mesma forma que hoje, não haviam rodas de conversa na escola e nem na família. O que eu mais ouvia da minha mãe era que se eu parasse de me importar com a zoeira , assim eles perderiam a "graça" e parariam também.

Como não se importar?

Qual a graça nisso tudo?

Não cobro nada dos meus pais, eles fizeram o melhor e o que estava dentro de suas possibilidades. Não tem como exigir algo que não está construído. 

Essa construção foi feita e ainda é ao longo dos anos. Nossos pais não tinham informações de como lidar com isso e nem de como dirigir um cenário como este.

Não tem como cobrar, não há nada para cobrar.

E está tudo bem!

Isso também aprendi com o tempo. Estar tudo bem com as coisas que sinto, estar tudo certo com a raiva, aprender a acolher cada sentimento ruim  é algo que se aprende.

Somos criados para evitar a raiva, por exemplo. Uma criança com raiva escuta, normalmente, que aquilo é ruim, é feio e ela precisa parar de sentir.

Não ensinamos o indivíduo a lidar com a raiva, a saber o que a gerou, porquê ela está ali. Não ensinamos a criança a se conhecer, aí é que está o xis da questão, entende?

Autoconhecimento é o primeiro passo para transformar tudo que há de mal  dentro de si. Primeiro é preciso sentir, deixar fluir para depois detectar de onde veio, o que gerou aquilo para depois trabalhar a transformação.

Por exemplo, se uma criança chora porque o colega tirou seu brinquedo, qual a primeira coisa que fazemos? Normalmente tentamos substituir o brinquedo retirado por outro, se não dá certo tentamos explicar que é preciso dividir e normalmente também não funciona. Retiramos a criança do cenário até que ela "esqueça" o que ocorreu.

Não há um reconhecimento do sentimento que gerou a ação, do choro em si. Não há uma resolução real para aquele problema que para nós, adultos, é pequeno, quase nulo, mas para a criança é um empréstimo vencido sem o dinheiro pra pagar, ou seja, é enorme, gigantesco e precisa ser olhado, acolhido e resolvido de fato.

Eu cresci assim, percebendo e achando de verdade que todos os meus sentimentos eram pequenos, que os meus problemas não eram de fato problemas a serem resolvidos, eram coisas sem valor e sem nenhuma importância.

É importante deixar claro que há indivíduos tendenciosos a baixa autoestima e com estes é preciso cuidado, um olhar generoso e muita paciência.

Eu tenho essa tendência, sempre tive. Sempre me achei feia, burra, incapaz... Se tudo desse errado eu ia limpar o chão, pois era a única coisa que sabia de fato. Não estou desmerecendo um trabalho, entendam, estou desmerecendo a mim mesma.

Triste isso...

Precisei de tanto tempo pra compreender tantas coisas e muitas outras ainda não entendo.

A vida é assim, em um dia estamos bem e no outro nem tanto. Algumas vezes entendemos uma porção de coisas e em outras somos desconhecidos de nós mesmos.

O importante é reconhecer em si a vontade de ser melhor e lutar incessantemente para o ser! Alguns dias são de chuva e pedimos por ela, até oramos para que ela venha, não é mesmo?

Em outros, temos o Sol! A alegria dos pássaros cantando e das plantas ficando cada vez mais verdes. Assim é a vida!


Esperança sempre! 

Beijos e até a próxima!


3 comentários:

  1. Oi. Que postagem uma mensagem de desabafo guardado na alma estravasado aqui. Amei lê muro me identificando com tudo isso que acontece com todos nós na infância e que passamos para outras gerações. Bom é conhecer a si mesmo. A vida é dura né. Mas também tem seu lado bom. Postagem bem reflexiva. Bjs querida

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  2. Juni, fiquei sem saber como começar meu comentário, li cada palavra do seu desabafo, e lembrei da minha infância, eu era baixinha e ainda sou, as pessoas colocavam muitos apelidos em mim, apanhei muito na escola dos meus coleguinhas, sofri bulling... Um dia me revoltei e bati no menino que sempre me batia na escola, até a professora nesse dia ficou com medo de mim, uma criança pacata que se revoltou, cansou de apanhar. A vida é assim, eu aprendi apanhando a me defender, quando fiquei maior não aceitei mais que me pusessem apelidos, quando me chamavam pelo apelido eu não respondia e assim fui conquistando meu espaço, hoje continuo baixinha, alguns me chamam de Sandrinha, outros ainda tentam me colocar apelidos, mas como não dou importância, esquecem, e assim estou criando meu filho, a não dá iportância as maldades alheias, cada um só dá o que tem, e estou tentando ensinar a meu filho que o melhor é dar AMOR!

    Um xeru!

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