O medo é um casebre assustador que habita dentro de nós, ele é uma ameaça real ou imaginária em forma de pensamentos, que irão gerar através destas inquietações, determinados sentimentos, e isso dará origem à alguns sintomas resultantes da falta de controle perante às imagens criadas na mente do indivíduo possuidor do medo.
Sinto-me vivendo intensamente no limite, como diz a música "Livin' on the Edge" da banda norte-americana Aerosmith.
De repente algo errado ocorreu com meus olhos, eu que via a vida através de olhos perceptíveis às coisas mais simples, onde ninguém via o essencial, eu encontrava a verdadeira motivação para continuar a caminhada sorrindo. Não sei o que houve, mas em algum momento perdi o controle dos monstros que habitam minha mente, perdi o direcionamento dos meus passos, estou vivendo no limite do que posso suportar com relação ao controle dos meus medos, das minhas angústias, da minha ansiedade.
Eu luto constantemente contra os pensamentos gerados na minha mente, eu me esforço para vencê-los mas ultimamente não tenho obtido êxito e o sentimento de culpa e de impotência me perseguem. Sinto-me sozinha, não tenho conseguido grandes feitos, parece que tudo o que eu fale ou faça geram consequências negativas ao meu redor.
Vivo um dia de cada vez me esforçando e tentando colocar em prática o conhecimento que possuo, mas a sensação que tenho é a de que estou dando murros em ponta de faca, entendem?
Isto agrava-se com as sensações físicas que o transtorno provoca como a falta de ar, sensação de sufocamento, taquicardia, sudorese, tremores e tantas outras que paralisam minha vontade, enfraquecem os meus sentidos e fazem com que eu me sinta a pessoa mais incapaz do mundo, a mais culpada por não conseguir vencer algo que não vejo, que não é real, que nem eu mesma sei onde está...
Eu não sei se alguém que está lendo poderá me compreender... se nem eu mesma me compreendo. Enquanto eu mantenho o silêncio por fora, dentro de mim estou aos gritos, aos prantos e tentando identificar o que há de errado comigo e com o mundo ao meu redor, tentando encontrar onde tudo isso começou e me esforçando para conseguir domar e acalmar os monstros que vivem dentro de mim.
Sinceramente me pergunto como um coração pode aguentar tanto sentimento destruidor, como meus pulmões suportam tanta falta de ar e como eu mesma me sustento de pé e continuo caminhando, apesar de tantas e tantas desilusões comigo mesma.