O sentimento mais próximo do amor, frequentemente pode ser encontrado nos corações maternos. O amor materno que ajuda o ser humano a crescer e evoluir é livre e sem distinções físicas ou psíquicas, porém, jamais deverá ser incondicional no que diz respeito à conduta e comportamentos. Exigir postura moral correta e verdades nas ações e vivências de um filho é a mais bela prova de amor; ensinar, repreender com firmeza e carinho, sabendo que o não faz crescer é a evidência da existência do verdadeiro amor materno.
O coração que abriga carinho por um ser que, muitas vezes, apresenta inúmeras imperfeições morais, assim é o coração materno.
O cuidado com esse ser humano desde os primeiros instantes de sua descoberta, instintivamente movidas pela natureza materna de zelar, aninhar e simplesmente amar, sem conhecer e sem mesmo saber como será aquele relacionamento.
A simples certeza de que Deus confiou uma de suas criaturas para que ela o recebesse, traz para dentro do coração materno um sentimento quase inexplicável, aproximando-se da formosura que só as mulheres têm, aconchegando dentro de si mesma um desconhecido, que timidamente apresenta-se como seu filho, auxiliando-a positivamente na transformação de sua personalidade e na descoberta de um potencial antes desconhecido.
Mas nem tudo são flores...
Entre sublimes sentimentos habitam emoções contrárias, incertezas e inseguranças. Ser mãe não é algo simples e nem para todas, abdicar de si mesma, doar-se e esquecer-se, mesmo que temporariamente, é a prova contrária ao egoísmo, é a renúncia de algumas escolhas e o confronto com medos e incertezas íntimas.
Encontram-se mães que jamais saberão o que é abrigar outro ser em seu próprio corpo, mas isso Deus bem fez para dar-nos a maior das provas de que mãe não precisa ser necessariamente aquela que concebe e dá à luz um bebê, ser mãe é algo muito mais sublime e misterioso. Ser mãe é saber colocar as palavras certas durante as discussões, tranquilizando os corações, apaziguando os sentimentos, ser mãe é acarinhar com o olhar afetuoso, é abraçar com ternura e cuidado aquele que a ela foi concedido o dom de exercer a maternidade, é saber aproveitar a oportunidade para conquistar qualidades como a paciência, afetuosidade e a ternura. Ser mãe é, antes de tudo, ser humano passível de equívocos e inexperiências, mas com o coração repleto de boa vontade e ânimo para dar o que há de melhor dentro de si ao outro, seu filho.
Com relação às mães que acolhem dentro de si a semente da vida, não restam-lhe outro caminho senão um labirinto confuso e repleto de sensações antagônicas entre a sublimação do amor e a penúria da dor. Abrigar outra vida dentro de si gera um emaranhado de sentimentos que envolvem mudanças físicas, hormonais e psicológicas trazendo para a mulher sábia a escolha da aquisição benéfica da paciência, amorosidade, caridade, tolerância, doação de si mesma e tantos outros tesouros morais a sua inteira disposição.
Entre longos dias...
...e intermináveis noites mal dormidas, a mãe vai sondando e tateando o mundo maternal e pueril que desponta sob seus olhos. Ao longo de sua jornada a mãe ensina as primeiras palavras, os primeiros passos e auxilia, tanto quanto possível, aquele ser indefeso e imaturo as necessidades de cautela e malícias diante do mundo.
Cuidar, amparar e orientar moralmente outro ser diferente de suas convicções, com pensamentos e vontades próprias não é tarefa fácil. Requer prudência, desvelo, responsabilidade e dedicação incansáveis, muita doação e consciência de que nunca temos um filho, apenas estão sob nossos cuidados para que ganhem o mundo, para que cresçam e evoluam com nossos exemplos.
Ao filho, caberá a sensibilidade de percepção de que ele poderá vivenciar em uma única pessoa várias facetas dos zelos maternais.
Ao receber nos braços aquele ser indefeso, a mãe o protege e o defende de tudo que possa lhe causar danos e perigos, alimentando-o e mantendo-o sob seus carinhosos cuidados, tendo paciência com seus dengos e calma para lhe ensinar o necessário para seu êxito, utilizando-se de toda sua disposição com júbilo e contentamento para correr atrás do pequeno ser tanto quanto for necessário e pegando em suas pequeninas mãos ao atravessar as ruas.
Com equilíbrio e tranquilidade a mãe suporta as irritações da mocidade e os desagradáveis aborrecimentos da juventude.
Já na fase adulta de um filho, a mãe o auxilia com o mesmo empenho e carinho de sempre, normalmente, na maioria das vidas, como simples coadjuvante, sendo amplamente lembrada nas horas de sufoco e necessidade, não mais com tanta energia e força física, mas sempre disposta a cooperar. Mais uma vez, feliz será o filho que tiver a sensibilidade de compreender o quanto sua mãe tem de sabedoria, vivência, entendimento e conhecimento úteis para sua caminhada.
Muito frequentemente, com o passar dos anos, a mãe zelosa, meiga e amorável não estará mais desfrutando daquela energia e vigores de quando o recebestes nos braços. Os papéis alteram-se e é hora de zelar por quem sempre rogou pelo seu êxito, por quem jamais deixou de lembrar-se de sua existência com carinho e ternura e mesmo quando a desagradastes com palavras ríspidas, trejeitos desnecessários ou atitudes grosseiras, seu coração grandioso e benevolente sempre esteve pronto para perdoar-te.
É chegada a hora de pegar nas mãos enrugadas de quem tanto te amparou para ajudá-la atravessar a rua ou de velar pelo sono de quem passou noites em claro por você...
Feliz do filho que poderá retribuir um centésimo do que sua mãe fez por ele.