Quando a vida resolve te fazer mudar a rota não há como voltar atrás, ou há... Mas a incerteza e o arrependimento de não ter tentando é pior do que a mudança em si.
Certos ou errados, vamos tentando buscar o melhor caminho para nossa transformação moral e quem pensa que isso é tarefa fácil, engana-se!
Cada indivíduo é uma ilha, solitária e cheia de surpresas para serem descobertas... Cedo ou tarde encontraremos a absolvição para todos os nossos enganos e iludidos ou não vamos tentando buscar o caminho correto.
Eu vou tateando dentro de meus próprios sentimentos e pra mim, mudanças não são tarefas fáceis. Pergunto-me se essa luta vale a pena e encontro as respostas em momentos de pura distração, flagrantes de simplicidade. Apesar de sentir-me frágil como um cristal e saber que minha fé é vidro trincado, eu vou olhando à minha volta e me apegando aos mais simples sentimentos, buscando as leis de Deus em tudo o que eu possa enxergar, vou construindo meu caminho e sinto que é hora de deixar algumas coisas pra trás e adquirir novos conceitos, enxergar novos horizontes.
Estabeleço uma luta contra meus próprios sentimentos, na verdade contra meus medos, tudo o que me limita, tudo que me deixa de mãos atadas. Quando sou confrontada por mim mesma inicia-se uma guerra íntima, vencer ou não irá depender de meus próprios esforços e se estou disposta a sair de minha zona de conforto, adquirir novas formas de pensar e de ver o mundo, o que realmente é necessário para viver.
Eu não sei explicar muito bem onde tudo começou, como começou... Só sei que hoje a mudança bate às portas do meu coração, impondo novas formas de viver a vida e gritando bem alto para que eu deixe muitas coisas para trás. Em alguns momentos me sinto plena e preparada, em outros nem tanto e em muitos é como se tudo fosse uma grande loucura e que eu deveria ficar onde estou!
Porém, mesmo quando eu luto resistindo contra esta mudança, algo mais forte me impulsiona, me leva pra frente sem que eu nem perceba e quando olho, estou fazendo planos como se isso não me afetasse em absolutamente nada.
Há seis anos atrás a vida nos proporcionou o lazer, a oportunidade de termos um lugar para descansar, repor as energias e vivenciarmos momentos de interação em família. Esse lugar era nosso rancho em Guaraci, uma cidadezinha acolhedora, de um povo bom e amigo, há uma hora e meia de Sertãozinho, nossa cidade natal.
Tivemos bons momentos no rancho e, assim como em todo lugar, também tivemos momentos difíceis. Idealizei no rancho um lugar para receber a família, hospedá-los com carinho e ternura, mas nem sempre isso aconteceu e tive de lidar com essa dificuldade.
Nem todos estão prontos para receber o que você oferece, nem todos querem receber o que você quer dar e meu coração se despedaçou tantas vezes ali que nem sei como consegui reconstruí-lo novamente... *longo suspiro
Sentia-me sozinha, querendo acolher quem chegasse mas percebendo que não estava sendo da forma como idealizei. Com o tempo descobri que isso só acontece quando colocamos expectativas de bons momentos em outras pessoas e que a felicidade não deve depender de mais ninguém a não ser de nós mesmos.
Foi um belo aprendizado! Percebo que cresci, amadureci e me tornei mais sensata, mais feliz quando parei de colocar expectativas no próximo e quando descobri que minha alegria só depende de mim, onde quer que eu esteja.
Entre momentos de extrema alegria e contentamento que tivemos no rancho e dissabores que presenciamos e que necessitávamos passar, fizemos amigos de verdade em Guaraci e que estão guardados no nosso coração para sempre. Laços de amizade não se desfazem e perduram por toda a eternidade...
Nessa postagem eu não vou conseguir transmitir todo o sentimento que está explodindo dentro do meu peito, pedindo para sair e gritando por liberdade! É uma mescla de mel e fel, coragem e medo, um longo caminho que irei postando aos poucos...