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Herói para uns, Ladrão para outros

 Como todo tesouro é guardado a sete chaves o café e seu cultivo, grãos e mudas eram guardados em sigilo pelos povos que já detinham essa cultura.


Para muitos Francisco de Melo Palheta é apenas a lenda de um infiltrado em terras estrangeiras para surrupiar uma mudinha do precioso ouro verde... Tão lenda quanto a de Kaldi!

Mas Palheta realmente existiu?

Sim senhores e existem registros e documentos de sua atuação por muito tempo na região Norte do Brasil, como militar a serviço da coroa portuguesa.

Filho de um militar português sua data de nascimento é desconhecida, mas sabe-se que em 1691 já fazia parte do exército. O historiador Basílio de Magalhães supõe que ele tenha nascido por volta de 1670 aqui no Brasil.


Em 1709 recebe uma sesmaria do governador do estado do Maranhão e Grão-Pará, em 1731 recebeu outra. O jornalista paraense Nélio Palheta, descendente de Francisco, acredita que as propriedades ficavam na região do município de Vigia, no Pará.

Entre 1722 e 1723, Francisco liderou uma importante expedição de exploração do rio Madeira. Em 1727 teria a missão mais importante de sua vida - trazer café para o Brasil.

De acordo com historiadores Francisco foi casado e teve cinco filhos, além de ter sido um dos primeiros cafeicultores do Brasil. A última notícia que se tem dele é de 1933, quando escreve uma carta ao rei de Portugal Não há registros sobre sua morte.

Em fevereiro de 1727, João da Maia Gama, governador do Maranhão e Grão-Pará, nomeou Francisco Palheta como comandante de uma missão na fronteira do Brasil com a Guiana Francesa. O objetivo era desenvolver uma disputa territorial entre portugueses e franceses.

Entre tantas determinações, Maia Gama deu uma ordem bastante específica, reproduzida abaixo da mesma forma como está no documento original:

E se acaso entrar em quintal ou jardim ou Rossa ahonde houver cafee com pretexto de provar alguma fructa, verá se pode esconder algum par de graons com todo o disfarce e com toda a cautella, e recommendará ao dito Cabo que volte com toda a brevidade e que não thome couza nenhuma fiada aos francezes nem trate com elles negocio.”

Pois é! O documento está nos anais da História e não nos deixa mentir. Com tanto potencial de crescimento econômico através do cultivo de café, o governador não deixa para depois a oportunidade de inicia-lo o quanto antes, mesmo que para isso tivesse que surrupiar umas mudinhas da Guiana.

Não se sabe exatamente como isso foi feito. Naquela época os franceses eram proibidos de vender sementes que germinassem. E os brasileiros e portugueses eram proibidos de fazerem negócios com os franceses... Então... A imaginação da gente rola solta nessa hora e é aí que a história começa a ficar bacana, se é que já não está!!!

Tudo que sabemos, de fato e muito lógico, é que a missão foi bem sucedida. Palheta, na carta de 1733, conta que conseguiu mais de mil sementes e quatro mudas de café. Nossa!

Assim que a expedição retornou em solo brasileiro, as sementes foram dividas entre os agricultores do Belém do Pará, dando início à cafeicultura brasileira.

Mas vamos a fantasia da história? De outra forma não tem graça, não é mesmo?

Uma versão criativa e muito conhecida da história é que madame d'Orvilliers, esposa de Claude d'Orvilliers, governador da Guiana Francesa, teria colocado no bolso de Palheta algumas sementes de café em um gesto narrado como um galanteio e sua veracidade foi defendida por muitos historiadores. De fato, o que se sabe é que nenhum documento oficial da época menciona isso, nem mesmo a carta de Palheta ao rei. Avá? E você acha que o homem ia falar isso? Tá bom! Rsrsrs

Porém, atualmente, essa versão é rejeitada pelos pesquisadores.

E pensa que o homem ficou famoso com seu grande feito? Ficou nada minha gente, ficou foi esquecido por muitos anos e foi só no século XX, quando comemorou-se o segundo centenário do café no Brasil que muitas das informações apresentadas nesse artigo foram descobertas desenterradas e divulgadas. 

A fama do homem é recente.

E você, sabia de toda essa parte da história do café?

Conta pra mim nos comentários.

Beijinhos e até a próxima!

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